Afrodite

De acordo com a Teogonia de Hesíodo, Afrodite nasceu da espuma das ondas quando Zeus, ao castrar Urano, jogou ao mar sua genitália, fecundando Talassa, a deusa primordial do mar. Na figura ao lado, está uma das mais conhecidas representações do mito, o "Nascimento de Vênus" de Sandro Botticelli. Nesta obra, a modelo para Afrodite foi Simonetta Vespucci, uma das mulheres mais belas da Florença renascentista.

Afrodite era casada com Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia. A mais linda das deusas, casada com o mais feioso dos deuses. E que, não contente em ter um marido devotado e trabalhador, o transformou no maior chifrudo do Olimpo, que mesmo sabendo de suas inúmeras aventuras continuava ao seu lado.

Amou e foi amada por deuses e mortais, e teve filhos com vários deles. Os diversos filhos de Afrodite mostram seu domínio sobre as diferentes formas da paixão humana. Eros, Hermafrodito (com Hermes), Anteros e Harmonia (com Ares), Himeneu, o deus do casamento (com Apolo), Príapo (com Dionisos) e o herói troiano Enéias (com o mortal Anquises) eram alguns deles.

Era uma deusa voluntariosa, que não admitia que nenhuma outra mulher tivesse beleza que se comparasse á sua, punindo as mortais que se atreviam a isso. Era também ciumenta, como se pode perceber na maneira que atuou quando Eros apaixonou-se por Psiquê.

Com o passar do tempo e a substituição da religiosidade matrifocal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista como uma divindade frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal. Parte dessa condenação veio do medo humano frente á natureza incontrolável dos aspectos por ela regidos, e pela necessidade de repressão da sexualidade feminina em uma sociedade patriarcal.

No panteão romano, Afrodite tornou-se Vênus.